quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A Mordomia do Tempo


Pb. Newton Roberto S. Romero - 8ª IPB Belo Horizonte


O tempo passa depressa, murmuram alguns. Não tenho tempo, reclamam outros. Meu dia não dá para nada, afirmam muitos. Onde está o problema? Será que no ritmo de vida em que estamos inseridos, o tempo é o responsável, o culpado, por não conseguirmos fazer tudo o que queremos? É claro que não. Quando Deus concedeu a cada um de nós o fôlego de vida (Gn. 2:7), fez um depósito de valor desconhecido em conta corrente numa moeda que convencionamos chamar de tempo, para o que estabelecemos medida em anos, meses, dias, horas, minutos, segundos. Todos nós, independentemente de posição social, bagagem cultural, títulos, posses, raça, credo, recebemos um certo montante de crédito. A partir do momento em que nascemos, continuamente efetuamos saque nesta conta corrente, sem sabermos o saldo que resta. Por isso, alguns são surpreendidos porque inesperadamente o saldo zerou, tendo a morte chegado, a nosso ver precocemente, pois na nossa medida de tempo, foi muito cedo. Para outros, parece que o tempo não importa, é um recurso inesgotável, havendo até os que defendem o estilo “deixa a vida me levar”, como se fosse um avestruz com a cabeça enterrada para tentar escapar da realidade. Algumas coisas que precisamos saber sobre o tempo, como segmentos de vida:

1. É um dom de Deus. Como afirmou o apóstolo Paulo, discursando perante os cultos atenienses, a vida procede de Deus (At. 17:25) e é a Ele que devemos prestar contas, uma vez que o corpo volta à terra, mas o espírito a Deus, que o deu (Ec. 12:7). Como haveremos de comparecer diante daquele que nos concedeu um bem tão grandioso para administrar? Como teremos gasto o depósito único, efetuado quando nascemos? O que teremos para apresentar como produto de nossa vida? É nosso papel aplicarmos o nosso entendimento, a nossa dedicação, o nosso empenho, na correta utilização do tempo, sabendo que por ele teremos que prestar contas a Deus (Ec. 11:9).

2. É um recurso finito. A vida é composta por unidades de tempo. Tudo o que fazemos custa tempo. Logo, custa pedaços de vida. Para alguém assistir uma partida de futebol num estádio, gasta, no mínimo, 4 horas da vida. Para um profissional receber o salário, gasta mensalmente cerca de 180 horas da vida. Para um estudante se graduar em um curso superior, gasta em torno de 8.000 horas da vida. Não há reposição para os saques realizados na conta corrente da vida. O Senhor Jesus, no Sermão do Monte, nos ensinou que por mais ansiosos que estejamos, nada podemos acrescentar na duração da nossa vida (Mt. 6:27). Moisés, declarando a efemeridade da vida (Sl. 90:5,6), orou ao Senhor para que nos ensinasse a contar os dias, para que alcancemos coração sábio (Sl. 90:12). Valorizemos o tempo como um bem precioso que temos para administrar, gastando-o no que possa trazer bons frutos para nós, para a nossa família, para o reino de Deus e para a sociedade em que vivemos.

3. Temos que fazer escolhas. O que vamos fazer com o tempo, ou com a nossa vida, depende de priorizarmos algumas coisas em detrimento de outras. A decisão é nossa, mas a sabedoria vem de Deus. Salomão, o homem mais sábio que já existiu (I Rs. 3:11,12), deixou-nos registrado que há um tempo certo para todas as coisas debaixo do céu (Ec. 3), ou seja, devemos optar enquanto estamos vivos. Precisamos estar atentos ao tempo sobremodo oportuno, como Paulo nos ensina, que é o hoje, o agora (I Co. 6:2), uma vez que o ontem não o temos mais e o amanhã não sabemos se o teremos.

4. Ainda dá tempo. Uma coisa é certa: o tempo que gastamos não é reposto, não importa de que forma o utilizamos. Mas se estamos aqui, é porque ainda temos saldo na conta corrente da vida. E isto é o que nos dá esperança, porque há um convite para cada um de nós, para que possamos rever as nossas prioridades, mudar a nossa escala de valores, abandonar nosso antigo proceder, com a promessa de que comeremos do melhor desta terra (Is. 1:18-19). O próprio Senhor Jesus afirma que está à porta, pronto para cear com aquele que o ouvir (Ap. 3:20). Que privilégio!


Seja um servo fiel, administre bem o seu tempo, não gaste sua vida irresponsavelmente, seja produtivo, para que você possa dizer como o apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo: “... porque sei em quem tenho crido e estou certo de que Ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia” (II Tm. 1:12).

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